por Comunicação/ALE
A maior taxa de abstenção no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), onde mais da metade dos inscritos deixaram de realizar as provas devido a pandemia do coronavírus, foi tema do pronunciamento do deputado Ronaldo Medeiros (MDB) durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 14. O parlamentar é de opinião que os testes deste ano deveriam ter sido adiados, conforme desejo dos estudantes. Para Medeiros, ao aplicar o Enem, o Brasil deu um mau exemplo para o mundo. “O Enem, onde tantos estudantes desejam obter uma boa nota para poder ingressar em uma universidade pública, foi feito de forma desorganizada, dando um mau exemplo para o mundo”, avalia Medeiros, acrescentando que os alunos da escola pública foram os mais prejudicados, porque tiveram dificuldades no acesso a internet e outras tecnologias para assistir aulas.
“Para se ter uma ideia, dos mais de 5,6 milhões de estudantes que se inscreveram, somente 2,4 milhões conseguiram realizar as provas, o que representa menos de 50%. O índice de abstenção foi ainda pior na prova digital, onde 71,3% não compareceram”, informou Ronaldo Medeiros, atribuindo o número de abstenções à “desorganização do Governo Federal”. “Esses mais de três milhões de jovens que queriam fazer o Enem e cursar uma faculdade tiveram seus sonhos esquecidos, adiados devido a um Governo insensível”, acusou o parlamentar. “Um Governo que não leva a sério a pandemia, a saúde, e, principalmente, não leva a sério a educação”, destacou Ronaldo Medeiros, observando que o País terá uma quantidade grande de jovens fora das universidades.
Para justificar seu posicionamento, Medeiros lembrou que o Governo Bolsonaro vetou um projeto de lei que garantia internet e equipamentos para alunos da rede pública de ensino. “Esses alunos iriam estudar, se capacitar para concorrer em igualdade de condições com aqueles que estão em escolas privadas”, protestou o parlamentar, lembrando que hoje é o último dia para que os estudantes se inscrevam no Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e façam a escolha dos cursos. “Mas essa maioria que foi prejudicada, frustrada por não conseguir realizar as provas, vai ter que adiar os seus sonhos. Vão ter prejuízos irreparáveis para suas vidas pessoais e profissionais”, concluiu Ronaldo Medeiros.