Redação A Hora News
Legenda: Procurador-geral da República, Augusto Aras, fez críticas públicas à Operação Lava Jato | Foto: Pedro França/Agência Senado
Nesta semana, o procurador-geral da República, Augusto Aras, fez críticas públicas à Operação Lava Jato, dizendo que a força-tarefa não não tem transparência na distribuição de processos, mantém banco de dados sigiloso sobre seus alvos e violou prerrogativas de investigados.
“Espero que o enfrentamento a macrocriminalidade, especialmente naquela corrupção relativa a grandes capitais continue a se fazer do mesmo modo, mas no universo dos limites da Constituição e das leis. O lavajatismo há de passar”, afirmou Aras durante uma LIVE do Grupo Prerrogativas realizada nesta terça.
Aras indicou que a Lava Jato teve um papel relevante, mas, segundo ele, “deu lugar a uma hipertrofia”. Em seguida, o Procurador diz que é preciso “corrigir rumos”.
“Estamos falando da transparência que estamos a promover. Todo o Ministério Público Federal, no seu sistema único, tem 40 terabytes. Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas lá com seus dados depositados. Ninguém sabe como foram escolhidos, quais os critérios”, disse ele.
Aras diz que o MPF não pode ter caixas-pretas e que tem uma meta: ” lista tríplice fraudável nunca mais, porque nós temos relatórios de perícia, um da CGU (Controladoria Geral da União), um do órgão interno e um que ainda não foi entregue pelo Ministério do Exército, que falam que eram fraudáveis. Não posso dizer fraudadas, porque o mecanismo era tão poderoso que não deixava rastros”.
Lava Jato nega “caixas de segredo”
A fala do Procurador-geral pegou os integrantes da força-tarefa de surpresa, tanto que integrantes do MPF de Curitiba rebateram as afirmações de Aras.
“A ilação de que há ‘caixas de segredos’ no trabalho dos procuradores da República é falsa, assim como a alegação de que haveria milhares de documentos ocultos”, diz a força-tarefa em nota.
“Não há na força-tarefa documentos secretos ou insindicáveis das corregedorias. Os documentos estão registrados nos sistemas eletrônicos da Justiça Federal ou do Ministério Público Federal e podem ser acessados em correições ordinárias e extraordinárias”, continua.
O texto também diz que “as investigações e processos são ainda avaliados pelas corregedorias e pelo Poder Judiciário, pelos advogados de investigados e réus e pela sociedade”.