Quatro volumes, que reúnem as edições do semanário que circulou até 1930, foram entregues pelo secretário de Comunicação, Enio Lins
por Veruska Alcântara – Agência Alagoas
O secretário Enio Lins durante entrega da publicação no Sertão alagoano: fonte de pesquisa para toda a região – Foto: Agência Alagoas
A população delmirense, especialmente alunos, agora conta com a coleção do Jornal Correio da Pedra, uma edição realizada pelo Governo do Estado do semanário lançado em 1918 e que circulou até 1930 na região sertaneja e diversos estados. A entrega da coleção para as secretarias municipais de Cultura e Educação e ao Centro de Artes Integrada e Convivência de Jovens Maria Carolina Araújo, do povoado Salgado, foi realizada no Memorial Delmiro Gouveia, na última sexta-feira (26), com a presença do secretário de Estado da Comunicação, Enio Lins.
A Coleção do Correio da Pedra é composta de quatro volumes. Os exemplares da Secretaria de Educação ficarão disponíveis na Biblioteca Pública do município; os da Cultura, no Memorial Delmiro Gouveia. Também recebeu uma coleção, representando o Museu Regional Delmiro Gouveia, o representante do Vila da Pedra Empreendimento, Hélder Lima.
O secretário Enio Lins destacou a honra de entregar a coleção para que os delmirenses possam ter acesso à história. “O governador Renan Filho não mediu esforços para que essa parte da história fosse resgatada e hoje, com muito orgulho, fazemos essa entrega. Tenho certeza que será uma grande fonte de pesquisa para toda a região. Em breve disponibilizaremos a versão digital”, afirmou.
Organizador da publicação, Edvaldo Nascimento agradeceu ao secretário e ao Governo, e contou como conseguiu reunir o acervo: “Durante as pesquisas de mestrado encontrei esses registros e pensei que poderíamos fazer com que não se perdesse ao longo da história. Levei a ideia e fui prontamente atendido pelo Governo do Estado, por meio do secretário Enio Lins, que não mediu esforços para que fosse concretizada. Para mim é uma alegria ver essa fonte de pesquisa chegar a uma quantidade cada vez maior de pessoas”. A organização das coleções contou com a participação da antropóloga Luitgarde Oliveira Cavalcanti Barros.
O vice-prefeito Valdo Sandes também agradeceu pela iniciativa. “Essa coleção retrata a história da nossa cidade e mostra a visão do nosso pioneiro Delmiro Augusto da Cruz Gouveia, que embora não tenha visto o jornal circular, foi o idealizador. Nessas páginas podemos ver como ele, um visionário, ofertando para a comunidade, escola, teatro, entre outros benefícios. Nosso sincero agradecimento a você, Enio, e ao governador Renan Filho”, disse.
Ênio 2
O evento seguiu todos os protocolos sanitários em função da pandemia e teve a apresentação da Orquestra Tenente José Nicácio. Estiveram presentes o secretário municipal de Cultura, Felipe Eduardo; a secretária de Educação Luzia Keila; a vereadora Edna Tatuakara, representando a Câmara de Vereadores de Delmiro Gouveia; a professora Alessandra, do Salgado; e o pesquisador Epidauro Pamplona.
Fonte de informação do Sertão
O jornal Correio da Pedra, que foi uma das maiores fontes de informação do sertão alagoano, era editado no núcleo fabril da Pedra e retrata os assuntos mais variados, inclusive com reprodução de matérias de outros estados do país e também do mundo, como Nova York, Portugal e Itália. Apesar de idealizado pelo industrial Delmiro Gouveia, o mesmo não pôde ver o semanário em circulação – foi assassinado em 1917.
Considerado uma verdadeira relíquia do jornalismo alagoano, o Correio da Pedra retratou desde eventos da Primeira Guerra até o primeiro ato do cangaço em Água Branca, narrado com detalhes que só a proximidade com a realidade do Sertão poderia trazer. A coleção é um importante instrumento que fomentará a formação e a educação histórica de muitos estudiosos e profissionais.
“O Correio da Pedra é uma preciosidade. Informações que não encontramos mais em outras fontes estão disponíveis neste jornal. Fatos de muita importância para Alagoas, o Nordeste e o Brasil eram noticiados neste semanário. Em 11 de outubro de 2018 completaram os 100 anos de lançamento da primeira edição e, por meio dessa coleção, temos a oportunidade de ter acesso a esse material ”, afirma o professor Edvaldo Nascimento.