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Trump contraria ONU e deve declarar que Muro das Lamentações é de Israel

Anúncio deve ser feito semana que vem, durante a visita do vice-presidente Pence a Israel

por Jarbas Aragão – Gospel Prime

(Foto: Reprodução)

Após o reconhecimento dos EUA de Jerusalém como capital de Israel, altos funcionários da administração Trump afirmam que “não conseguem imaginar nenhuma situação onde o Muro das Lamentações não seja parte de Israel”.

Declarações de fontes da Casa Branca nesta sexta-feira, apontam para um novo pronunciamento do que, com certeza, deverá gerar forte reações entre os palestinos e todo o Oriente Médio.

Em seu discurso histórico no dia 6, Trump afirmou que as “fronteiras finais” da Cidade Santa deveriam ser resolvidas após negociações entre israelenses e palestinos. Contudo, a viagem do vice-presidente Mike Pence à região na semana que vem pode trazer novidades.

O tema é considerado delicado nas negociações de paz porque o Muro das Lamentações fica fora da região demarcada para Israel antes de 1967, além de estar localizado na base do monte do Templo, considerado um local sagrado para o Islã por abrigar as mesquitas de Omar (Domo da Rocha) e de Al-Aksa.

“Não podemos imaginar Israel assinando nenhum acordo de paz que não inclua o Muro das Lamentações, nem uma situação na qual o Muro não seja parte de Israel”, disse um alto funcionário da Casa Branca, comentando que Trump acredita que “as fronteiras específicas da soberania de Israel serão parte do acordo final”.

As declarações foram dadas sob condição de anonimato, mas já causaram reações no Oriente Médio. Nabil Abu Rdeneh, um consultor do presidente palestino, Mahmoud Abbas, reagiu indignado aos comentários.

“Não aceitamos mudanças nas fronteiras de Jerusalém Oriental, que foi ocupada em 1967”, disse Rdeneh à Associated Press. “Esta declaração prova mais uma vez que o governo americano está fora do processo de paz. A continuação desta política americana, seja o reconhecimento de Jerusalém como a capital de Israel, ou a mudança da embaixada americana, ou quaisquer declarações onde os Estados Unidos decidem unilateralmente sobre o status final, são uma violação do direito internacional. Para nós, isso é inaceitável. Nós rejeitamos totalmente e iremos denunciar isso”.

Nos últimos meses, a Organização das Nações Unidas e seu braço cultural, a UNESCO, aprovaram uma série de resoluções entregar aos palestinos a soberania sobre o complexo do monte do Templo, que incluiria o Muro das Lamentações.

A programação da visita de Pence, nos próximos dias, incluiu uma visita ao local. Ele seria acompanhado por um rabino, para preservar a natureza espiritual de sua visita. Donald Trump fez um roteiro similar em maio, quando esteve em Israel.

Pence viaja para o Oriente Médio na terça-feira, quando visitará o Muro das Lamentações. Na quarta-feira se reunirá com o presidente egípcio Abdel-Fattah al-Sisi, no Cairo, e depois voltará para Israel, onde terá encontros com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e fará um discurso no Knesset (Congresso de Israel). Ele deveria ter uma reunião com Abbas, mas o líder palestino já avisou que se nega a encontrá-lo.

Cidade disputada
A Cidade Velha de Jerusalém é uma área muralhada de forma retangular com cerca e 1 km² cuja soberania é indefinida e, pelo acordo de 1947 das Nações, deveria ser internacionalizada.

Israel unificou Jerusalém, tomando a porção oriental da Jordânia na guerra de 1967. Os EUA nunca reconheceram a soberania israelense sobre os territórios conquistados em 1967, incluindo Jerusalém Oriental, que os palestinos exigem como capital de um futuro Estado

Com informações das agências e de YNet