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Doenças cardiovasculares matam mais que COVID-19 e o tratamento sofrerá mudanças

Redação A Hora News
Legenda: Mudar a alimentação saudável, praticar de atividades físicas e o autocuidado podem reduzir os problemas cardíacos 
O Ministério da Saúde tornou pública a consulta Nº 4/2020 para o Plano de Ações Estratégicas que tem como objetivo deter Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs). A consulta para contribuições à inclusão do Plano de Ações Estratégicas já está aberta para o público e permanecerá disponível até o dia 30 de novembro.

O Plano é uma diretriz para os próximos nove anos da saúde pública, de 2021 a 2030, feita pelo Ministério da Saúde que propõe preparar o Brasil para enfrentar e combater as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs) que são: acidente vascular cerebral, infarto do miocárdio, hipertensão arterial, câncer, diabetes e doenças respiratórias crônicas.

As DCNTs são responsáveis por mais da metade das mortes no país, representando 54,7% dos casos de óbito, de acordo com o Ministério da Saúde. Dentre as doenças crônicas não transmissíveis destaca-se a Doença Cardiovascular, que aparece como a primeira causa de mortalidade, superando as mortes por COVID-19 no Brasil.

A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) desenvolveu o cardiômetro, uma plataforma que mostra em tempo real a quantidade de mortes por doenças cardiovasculares no Brasil. Em 2020, até o mês de novembro, já foram registradas mais de 350 mil mortes. Diariamente as doenças cardiovasculares superam a COVID-19, e apesar de matarem quase duas vezes mais no dia, essas doenças não representam motivo de alerta para a população da parte dos órgãos de saúde.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares têm como principal fator de risco o nível elevado do LDL, conhecido popularmente como colesterol “ruim”. Ainda de acordo com a SBC, uma pesquisa realizada em 2017 apresentou que 67% das pessoas desconhecem os valores dos níveis de colesterol do próprio organismo1. A falta de orientação e conhecimento da sociedade sobre os riscos trazidos por essas doenças, pode ser fatal, pois o LDL também está atribuído como responsável por 50% dos casos fatais de Infarto Agudo do Miocárdio, ou seja, mais de 100 mil mortes no ano de 20172.

As estratégias formadas pelo Ministério da Saúde consistem em informar e alertar a população para reduzir o aparecimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis, e ajudar aqueles que já possuem essas doenças a manter o controle. Para isso, serão realizadas algumas ações para conscientizar sobre alimentação saudável, prática de atividades físicas, autocuidado, adoção de novos hábitos para enfrentar e evitar as DCNTs. Além das medidas para a educação da população, no âmbito da saúde terá a incorporação de novas tecnologias para o tratamento dessas doenças, o apoio à pesquisa, a atualização das diretrizes clínicas, entre outras.

Para as doenças cardiovasculares, ficaram estabelecidas medidas de conscientização da população, monitoramento da hipertensão e aumento da cobertura de serviços, porém não foi incluída uma diretriz sobre o LDL, que é um dos principais fatores para essa doença. O colesterol alto é silencioso na maioria das vezes, portanto, a conscientização da população sobre os riscos trazidos à saúde e informações sobre o controle podem impactar diretamente no índice de mortalidade por infarto e acidente vascular cerebral (AVC).