Uso de método virou trabalho científico apresentado em Conferência Internacional realizada pela Academia Brasileira de Ciências Forenses
O trabalho científico na área da genética forense desenvolvido pelo perito criminal Marek Henryque, com a colaboração da perita criminal Rosana Coutinho, chefe do Laboratório Forense do Instituto de Criminalística de Alagoas, estabeleceu o método usado para a identificação humana no Estado.
Com o título de “Marcadores STR aplicados na identificação humana a partir de restos Mortais”, o resultado da pesquisa foi apresentado na última semana na InterForensics: Conferência Internacional de Ciências Forenses, realizada em Brasília.
Considerado o maior evento integrado de Ciências Forenses da América Latina, a conferência contou com a participação de palestrantes e expositores nacionais e internacionais em dez trilhas temáticas. Entre eles estava os peritos alagoanos, que apresentaram um painel de trabalho que objetivou contribuir para a elucidação de um caso criminal, no qual foram realizados exames de DNA em restos mortais de um cadáver encontrado na cidade de Maceió.
Segundo Marek Henryque, biomédico com doutorado em biologia aplicada à saúde com ênfase em genética, a vítima desse caso de homicídio foi esquartejada, gerando grande repercussão no estado e através da obtenção dos perfis genéticos, o corpo foi identificado e o caso foi elucidado. Ele destaca que o atual contexto social obriga por parte do governo, profissionais de segurança pública e cientistas uma busca constante por alternativas e metodologias cada vez mais eficientes que permitam identificar criminalmente as vítimas e os autores dos ilícitos penais.
“No painel mostramos os avanços no que diz respeito à identificação humana por DNA. Nesse sentido, o Estado de Alagoas está equipado com tecnologia de ponta na área de identificação humana por DNA, atendendo, inclusive, as novas orientações do sistema CODIS, usado pelo FBI e Interpol para a utilização de marcadores requisitados e recomendados para a inclusão de perfis genéticos em bancos de dados no mundo”, explicou o perito.
Para Henryque, receber o convite e poder apresentar o seu trabalho na InterForensics foi muito gratificante. Na conferência realizada pela Academia Brasileira de Ciências Forenses e pela Sociedade Brasileira de Ciências Forenses foram reunidos no mesmo espaço diversos profissionais como peritos criminais, médicos-legistas, policiais civis e federais, juízes, membros do Ministério Público, defensores públicos, advogados, pesquisadores e estudantes das diversas áreas das ciências forenses.
Ele destacou que o resultado do seu trabalho demonstra a importância do investimento em pesquisas científicas e na contratação de profissionais especializados para operar os equipamentos já instalados no laboratório do Instituto de Criminalística. O trabalho teve a colaboração da Polícia Científica de Pernambuco.