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Jungmann: central de inteligência é importante para combater o crime organizado

Rio de Janeiro

Paulo Virgilio – Repórter da Agência Brasil

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, reforçou hoje (29) o conceito central de inteligência que norteia a Operação Segurança e Paz, desencadeada ontem (2 8) em todo o estado do Rio de Janeiro, envolvendo forças federais e estaduais. “Só a inteligência permite golpear o crime organizado e reduzir a sua capacidade operacional”, disse o ministro, em entrevista coletiva na sede do Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na Cidade Nova, região central do Rio.

Jungmann enfatizou que essa fase inicial da operação, que mobiliza um efetivo de 8,5 mil militares das Forças Armadas, 620 integrantes da Força Nacional de Segurança e 1.120 da Polícia Rodoviária Federal nas ruas e vias expressas do Rio, é de curta duração. “Nós não vamos repetir o procedimento anterior de longas permanências, realizando patrulhamento, não vamos fazer ocupação de comunidades. Vamos continuar no mesmo diapasão da surpresa. Não vamos anunciar quando iniciaremos e nem quando terminaremos fases dessas operações, mas quero dizer que já estamos preparando a próxima”.

Reconhecimento

O comandante da operação, general Mauro Sinnot, disse que o reconhecimento da área está sendo o principal objetivo das forças federais nessa primeira etapa. “Conseguimos o objetivo de ambientar os nossos militares com a área onde vão atuar e desenvolver os laços táticos com os órgãos de segurança pública, visando o trabalho conjunto em operações futuras”.

O ministro da Defesa saiu neste sábado pela manhã da Base Aérea e sobrevoou a zona central do Rio, onde atuam os fuzileiros navais, passou pelo Arco Metropolitano, guarnecido por militares da 9º Brigada, e ainda por São Gonçalo e Niterói, que se concentram a artilharia da 1ª Divisão de Exército. Também sobrevoou a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, onde estão homens da Brigada Paraquedista.

Jungmann agradeceu a população do Rio pela maneira comovente como está recebendo o esforço conjunto dos governos federal e estadual. “É algo tocante ver as manifestações que temos assistido e eu peço que isso forje uma união em prol do Rio de Janeiro”, disse.

Problema de efetivo

O ministro reconheceu, no entanto, que a retirada do reforço adicional de segurança no estado, representado pelas forças federais, pode levar a um novo incremento da criminalidade. “Se hoje as tropas federais, contando com a participação também, fundamental, de todos os recursos e efetivos estaduais, geram um efeito inibidor, não nos esqueçamos que quando se retira esse reforço adicional o crime volta, e muitas vezes, pior do que anteriormente”.

Já o secretário estadual de Segurança, Roberto Sá, que também participou da coletiva, destacou a oportunidade da contribuição das forças federais. “Ela vêm num momento muito importante, em que o estado tem 4 mil candidatos aprovados para a Polícia Militar, perdeu quase 3 mil policiais militares ao longo dos últimos 18 meses e deixou de colocar cerca de mil policiais adicionalmente nas ruas, com o regime adicional de serviço, o que daria em torno de 8 mil homens”.

Para Sá, esse engajamento precisa ser aproveitado para a consolidação de uma política nacional de segurança, com medidas estruturantes. “As polícias estaduais precisam de investimentos para que possam, com suas próprias forças, atender a essa demanda, sem que precisem pedir apoios federais”, defendeu.

Queda de índices

Sobre a redução dos elevados índices atuais de criminalidade violenta, o secretário adiantou que o levantamento parcial de julho, com conclusão prevista para a próxima quinta-feira (3), sinalizam para uma tendência de diminuição dos casos de letalidade violenta em relação ao mesmo mês do ano passado.

O ministro da Defesa permanece no Rio durante este fim de semana e amanhã (30) terá uma reunião de avaliação da operação, na sede do Comando Militar do Leste (CML)