Além de cateterismo, foram feitas angioplastias, estudos eletrofisiológicos, ablações, implantação de marcapassos e colocação de eletrodos
por Thallysson Alves – Agência Alagoas
Antes da inauguração da primeira hemodinâmica em um hospital público em Alagoas, no dia 23 de junho de 2016, os doentes coronarianos que necessitam de atendimento pelo SUS, buscam assistência em hospitais privados, seja através de encaminhamento ou de intervenção jurídica. Agora, o Governo de Alagoas criou um sistema que leva mais saúde aos cidadãos, uma oferta que tem mudado a realidade de várias famílias.
“É preciso não pensar apenas nos 847 procedimentos, mas nas quase 900 famílias que foram contempladas com o serviço. Considerar os vários pais de família que poderiam ter morrido ou sobrevivido com sequelas que impossibilitam o trabalho e a economia familiar. Os milhares de sorrisos e de alívios por encontrar estrutura e profissionais de qualidade para intervir com eficácia e rapidez no enfermo. O impacto da atividade da hemodinâmica vai muito mais além dos números”, pontuou o cardiologista Ricardo Cezar Cavalcanti.
Uma das mais de 850 pessoas contempladas pela Unidade de Hemodinâmica do HGE e a aposentada Maria do Carmo Lins, de 71 anos. Natural de Colônia Leopoldina, esposa e mãe de cinco filhos, ela estava com sua neta em casa, quando um intenso mal-estar a surpreendeu.
“Não sei falar o que senti, mas era uma grande agonia e falta de ar. Minha neta ligou para a tia, que me levaram a uma unidade de saúde. Lá, logo suspeitaram de um infarto e me transferiram para o HGE. Fiquei com medo, porque as pessoas me diziam que no HGE tem muita gente e, por isso, as pessoas não são cuidadas direito. Não foi isso o que me aconteceu. Fui muito bem acolhida, acalmada”, relatou a usuária do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar de conhecer os cuidados necessários para ter um coração sadio, a dona de casa lamentou por pouco ter praticado as recomendações médicas. Por ser sedentária, não tão preocupada com a alimentação, apesar de ter perdido a própria mãe em um infarto, ela desenvolveu a Doença Arterial Coronariana (DAC) crônica, fator que exigiu a submissão ao cateterismo cardíaco e à angioplastia com implantação de stent.
Histórias como a de Maria do Carmo motivam a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) a fortalecer a linha de cuidados com a saúde do coração, com formação contínua da equipe, desde o transporte realizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), até os procedimentos de alta complexidade realizados na unidade de hemodinâmica do HGE, idealizada por meio de um convênio entre a Sesau, a Fundação Cardiovascular de Alagoas (Cordial) e o Hospital do Coração de Alagoas (HCOR-AL).