Visão Mundial se aliou a outras agências para recuperar meninos e meninas no Sudão do Sul
por Jarbas Aragão – Agência Alagoas
Em 2018, cerca de 300 “crianças-soldados” foram libertadas da guerra entre as várias facções que lutam pelo controle do território no Sudão do Sul. Esse é o resultado mais recente do trabalho da ONG cristã Visão Mundial, que colaborou com outras agências de trabalho humanitário para que as crianças voltem a integrar a sociedade normalmente.
Para isso, os missionários têm o apoio de um programa da UNICEF. A previsão é que mais 450 crianças-soldado sejam incluídas nele ao longo dos próximos meses.
O diretor da Visão Mundial no Sudão do Sul, Mesfin Loha, explica: “Estes menores de idade trabalharam diretamente com grupos armados de diversas formas, incluindo seu envolvimento ativo no conflito e as meninas com o trabalho doméstico. Estamos particularmente preocupados com algumas delas que sofreram violência sexual. Queremos lhe oferecer o apoio que necessitam, para que tenham esperança novamente”.
Conta ainda que o trabalho da ONG cristã consiste em oferecer condições psicológicas para os ex-combatentes, muitos dos quais testemunharam ou causaram muitas mortes. “Elas voltarão para a escola ou farão cursos que os preparará para o mercado de trabalho. Essas iniciativas os ajudarão a terem a oportunidade de gerar renda no futuro e se afastarem da zona de conflito”.
Os meninos e meninas que não conseguem achar suas famílias serão acolhidos pela Visão Mundial em um abrigo até que consigam achar alguém que possa ser responsável por ele, explicou Loha.
Mais de 100 mil crianças foram “recrutadas” à força pelas guerrilhas, forçadas a empunhar armas e sofreram abuso psicológico e físico desde 2013, de acordo com a ONU. Cerca de 2 milhões de crianças acabaram abandonando suas casas por causa da guerra, tornando-se refugiados.
Mesmo com a independência do Sudão, em 2011, o Sudão do Sul vive um clima constante de guerra, com grupos islâmicos radicais tentando tomar conta do país. A minoria cristã tem visto suas aldeias invadidas, onde muitos homens são mortos e seus filhos sequestrados para que possam fazer parte das guerrilhas. Os que se negam acabam sendo torturados ou mortos.
“As crianças do Sudão do Sul já experimentaram uma violência inimaginável. Isso põe em perigo a próxima geração do país”, disse Loha. “Esse ciclo de violência deve ser quebrado. A paz e a educação no Sudão do Sul devem ser priorizadas para ajudar a próxima geração a construir uma nova nação”. Com informações de Christian Today