/Decisão do STF que ordena inclusão do termo “parturiente” em declaração de nascimento gera debate em plenário

Decisão do STF que ordena inclusão do termo “parturiente” em declaração de nascimento gera debate em plenário

por Comunicação/ALE — publicado 23/10/2024 19h01, última modificação 23/10/2024 19h01

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o uso de termos inclusivos na Declaração de Nascido Vivo (DNV) para englobar a população transexual, incluída na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 787, sob relatoria do ministro Gilmar Mendes, foi tema de debate na sessão ordinária desta quarta-feira, 23. Em 2021, quando a ação foi apresentada, o layout da DNV, documento expedido pelos hospitais no momento do parto de uma criança nascida viva, trazia o termo “mãe”, mesmo se um homem trans tivesse dado à luz.

Em julho daquele ano, o relator da ADPF, ministro Gilmar Mendes, em liminar, decidiu que o Sistema Único de Saúde (SUS) deve garantir atendimento médico a pessoas transexuais e travestis, independentemente de seu sexo biológico. Determinou, ainda, que o Ministério da Saúde alterasse o layout da DNV para constar a categoria “parturiente”, independentemente dos nomes dos genitores, de acordo com sua identidade de gênero.

A liminar foi referendada em junho de 2024, em sessão do plenário virtual, e a ADPF foi julgada procedente. Diante desta decisão, o deputado Antonio Albuquerque registrou sua preocupação e indignação com a postura do Supremo que, segundo ele, coloca de forma secundária o nome pai e da mãe nos registros dos recém-nascidos. “Eu fico muito preocupado e sem saber o que está sendo construído nesse País para o futuro da família”, iniciou Albuquerque.

“Como cidadão, como pai de família e como avô que já sou, tenho na família meu maior patrimônio. Assistir a mais alta Corte de Justiça do nosso País aceitar e legalizar que, a partir desse momento, os registros no espaço reservado à mãe tenha lá o nome parturiente apenas, que o nome “mãe” venha de forma secundária mais adiante, realmente me preocupa”, declarou o parlamentar, lamentando a decisão do STF.

“Respeito a opção sexual de todo mundo, mas eu não entendo como louvável uma ação que, na minha opinião, é contra a família”, prosseguiu Albuquerque. Para ele, ao tentar não constranger as mães trans, o STF teria constrangido exatamente as mães legítimas, “as mulheres que cumprem o seu papel tão sublime de procriar e dar perenidade à espécie humana”. Albuquerque encerrou afirmando receber com tristeza essa decisão.

Por outro lado, o deputado Ronaldo Medeiros (PT) leu uma matéria do site G1, afirmando que o STF excluir o campo “mãe” no documento expedido pelos hospitais é uma fakenews. “É fake que o STF retirou as palavras pai e mãe das certidões de nascimento. O Supremo Tribunal decidiu que a Declaração de Nascidos Vivos, DNV, deve incluir a palavra “parturiente” ao lado de “mãe” no campo de registro de quem deu à luz, da mesma forma que o campo seguinte deverá ser alterado para “Responsável Legal, Pai”, leu o petista. “Não houve retirada de pai ou de mãe”, reforça Medeiros.

“Quando eu vejo pessoas sem casa, sem emprego, aí isso me preocupa. São pautas que o Partido dos Trabalhadores leva a sério”, completou o deputado, elencando uma série de pautas sociais levantadas pelo Governo Lula. “A pauta de costume, que é uma parte da direita, da extrema-direita, levanta debates para desviar justamente os avanços que nós estamos tendo na política, no campo social”, criticou o petista,