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Novas regras da Internet prejudicam ainda mais cristãos chineses

Redação A Hora News

 

O ministério Portas Abertas informa que, por conta do novo coronavírus, o governo da China introduziu novos regulamentos da Internet que proíbem os usuários de publicar conteúdo “negativo”.

O documento que impõe novas regras de uso entrou em vigor em 1º de maio propondo cultivar um “ecossistema de conteúdo de informações on-line” com conteúdo “positivo” em vez de “negativo”. O documento contém oito capítulos que estabelece regulamentos para fornecedores e usuários de conteúdo, entre outras questões.

Acontece que, mais do que impedir que informações sobre a verdadeira situação do país diante de uma pandemia mundial, iniciada na China, a nova lei também prejudica ainda mais a vida dos cristãos chineses.

Isso porque além de exigir que os chineses parem de publicar postagens que incluem “manchetes sensacionalistas”, “fofocas excessivas de celebridades” e “insinuações sexuais”; o documento também diz que a população deve evitar comentar as políticas religiosas do governo.

Os líderes da igreja disseram que isso tornava ilegal falar de ataques a igrejas ou a prisão de seus líderes.

A nova regra do Partido Comunista da China autoriza apenas o compartilhamento de ideias e pensamentos do presidente Xi Jinping e sublinhar a “unidade e estabilidade” da China.

Perseguição continua

Em fevereiro, no meio da crise do Covid-19, quando muitas igrejas fecharam e recorreram à realização de cultos on-line, as igrejas sancionadas pelo governo na província de Shandong receberam uma notificação do governo ordenando que parassem também com todas as pregações on-line. O aviso também dizia às autoridades locais que parassem as reuniões públicas, incluindo os cultos da igreja, e “orientassem” os cristãos de maneiras que os impediriam de se reunir.

Segundo fontes locais, até agora as igrejas não haviam sido afetadas pela proibição. “Um funcionário pode ter como alvo apenas algumas igrejas para implementação, para atender aos requisitos do oficial sênior”, disse um funcionário de campo da Portas Abertas, cujo nome não pode ser divulgado por motivos de segurança.

Várias igrejas na capital, Pequim, receberam um pedido oral semelhante das autoridades, mas o governo não terá como proibir as reuniões presenciais em breve, quando todo o comércio se abrir e as pessoas voltarem às ruas, em sua totalidade.

“Sua primeira prioridade é controlar a disseminação do Covid-19 e se concentrar na estabilização da sociedade e na recuperação econômica. Por enquanto, eles não investem muita energia em restringir atividades religiosas. No entanto, como muitas igrejas iniciaram atividades on-line, como cultos e grupos de oração, mas os oficiais ainda são vistos alertando as igrejas”, contou o colaborador.