Foto: Mayra Costa
Braskem apagou a história destes empresários?
Maceió, Alagoas – Empresários locais, especialmente aqueles situados no bairro do Pinheiro em Maceió, estão à beira da falência e sofrendo com o abandono devido à falta de indenização justa pelos impactos da instabilidade do solo causada pela mineração na região. A situação tem forçado o fechamento de negócios e a migração em massa de moradores, resultando em um cenário econômico devastador.
De acordo com dados da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração, mais de 8 mil empresas foram afetadas. Muitos empresários ainda aguardam indenização ou receberam valores considerados irrisórios diante das perdas sofridas. A associação denuncia que os cálculos de indenização são injustos e inadequados, o que tem levado os empresários a buscarem reparação por meio de ações judiciais.
Entre as histórias de devastação, destaca-se a de um posto de combustível que funcionou por mais de 20 anos, de frente para a área evacuada. A família proprietária, à margem da realocação, perdeu tudo: clientes, faturamento e futuro. “Enquanto a Braskem destruía o chão da cidade, a Vibra Energia seguia impiedosa, cobrando caro, sem qualquer consideração pela tragédia que se desenrolava”, relata um dos membros da família, que lutou até o fim, mas viu o negócio fechar.
A Defensoria Pública está envolvida na busca por soluções para os casos de indenizações pendentes ou insuficientes. Uma audiência pública está agendada para discutir as ações civis públicas em andamento e buscar a revisão de acordos considerados injustos. A revolta aumenta ao saber que a Prefeitura de Maceió recebeu 2 bilhões de reais da Braskem, mas as vítimas que ficaram fora do mapa oficial seguem ignoradas, sem ajuda, reparação ou explicação.
A crise enfrentada pelos empresários de Maceió expõe a necessidade urgente de uma compensação justa e eficaz para os danos causados pela mineração. A falta de apoio adequado e a lentidão nos processos de indenização agravam o sofrimento e a incerteza dos empreendedores que perderam seus negócios e meios de subsistência. A mobilização da sociedade e a pressão sobre as autoridades são cruciais para garantir a reparação dos danos e evitar que outros empresários enfrentem o mesmo destino. E o Judiciário, continuará a ignorar a dor que não entra nos mapas?
Fonte: www.g1.globo.com/al/alagoas/videos-altv-1-edicao/video/empresarios-nas-bordas-das-areas-de-risco-em-