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Guedes: políticos entenderam que reforma da Previdência é inadiável

por Agência Brasil – Brasília

(O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, reúnem-se no STF – Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que os agentes públicos estão comprometidos com a reforma da Previdência. Em entrevista à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), nesta noite, Guedes afirmou que se reuniu com parlamentares, prefeitos e governadores, e as sinalizações em relação à proposta enviada hoje (20) ao Congresso são positivas.

“A classe política percebeu que é incontornável a necessidade dessa reforma”, afirmou Guedes, destacando que, além do governo federal, as prefeituras e os governos estaduais estão com problemas orçamentários. “Isso não é mais adiável. Estamos realmente sob ameaça de perdermos as aposentadorias que existem hoje. Essa percepção da classe política é muito encorajadora”, ressaltou.

Guedes lembrou que a reforma da Previdência vem sendo adiada há décadas. “Eu acredito que chegou a hora da nova Previdência porque há um amadurecimento muito grande da matéria. Pode haver um detalhe para cá, outro para lá, que serão muito bem-vindos. Nas discussões temos recebido contribuições excelentes”, afirmou.

Segundo Guedes, se for aprovado o texto do governo, sem alterações, a economia nos próximos 10 anos será de R$ 1,2 trilhão. “As primeiras conversas foram extraordinariamente encorajadoras. O Congresso parece bastante maduro em relação à necessidade da nova Previdência”, afirmou. “Será uma surpresa muito grande se mexerem muito no projeto.”

Guedes afirmou que cada ponto mudado impactará na economia prevista. “Estaremos sacando contra filhos e netos”, afirmou. “Passou a fase da demagogia, de dizer que a reforma da Previdência era contra os mais pobre, porque não é verdade: ela remove privilégios, reduz desigualdades e visa garantir não só as aposentadorias existentes hoje, mas o emprego e as aposentadorias das gerações futuras.”

O texto do governo, conforme o ministro, estabelece a convergência dos regimes previdenciários existentes no país, partindo de pontos diferentes, mas chegando a um sistema de aposentadoria menos desigual. “Esse é o caminho para colocar o Brasil a crescer e reduzir as desigualdades”, afirmou.

Guedes disse que as manifestações dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), foram positivas, e ambos se mostraram comprometidos com as reformas necessárias ao crescimento da economia brasileira. “Estou muito entusiasmado com o funcionamento das nossas instituições porque isso está muito acima de partidos”, afirmou.

A expectativa do ministro é que a reforma da Previdência seja aprovada logo no Congresso. “Quanto mais rápido aprovarmos mais rapidamente desaparecem as nuvens negras no horizonte fiscal brasileiro”, afirmou Guedes, citando os exemplos de Portugal e Grécia.

Reunião com STF
O ministro Paulo Guedes se reuniu no início da noite com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, e demais integrantes da Corte. O encontro ocorreu no gabinete de Toffoli e durou cerca de duas horas.

De acordo com a assessoria do STF, a reunião foi uma visita institucional na qual foram discutidos diversos temas, entre eles, a reforma da Previdência, o cumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a atual conjuntura econômica do país.

Também participaram do encontro o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, o procurador da Fazenda Nacional, José Levi do Amaral, além dos ministros da Corte Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre de Moraes.

* Colaborou André Richter