Pivô de processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Eduardo Cunha está preso desde 2016; nova condenação diz respeito a fraudes no FGTS para favorecer empresas privadas
por iG São Paulo *
(Em seu depoimento, Eduardo Cunha rechaçou acusações de Lucio Funaro – Foto: Reprodução/JFDF)
Eduardo Cunha (MDB) , ex-presidente da Câmara dos Deputados, sofreu nova derrota na Justiça. Desta vez, o pivô do processo de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) foi condenado a 24 anos e dez meses de prisão em regime fechado por fraudes envolvendo o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS .
O ex-deputado emedebista foi considerado culpado pelo recebimento de propinas de empresas interessadas na liberação de verbas do FGTS. Na mesma sentença, o ex-deputado federal Henrique Eduardo Alves, seu antigo aliado, recebeu pena de oito anos e oito meses de prisão.
A investigação é baseada em delações premiadas do ex-vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da Caixa, Fábio Cleto, e operador financeiro Lúcio Funaro, “homem forte” de Cunha em seus tempos na Câmara e que também foi condenados.
Em um dos depoimentos, Cleto acusa Eduardo Cunha de receber 80% da propina arrecadada entre empresas interessadas na liberação de verbas do FGTS.
Filha será candidata?
Danielle Dytz, filha de Eduardo Cunha, é publicitária e não possui experiência no mundo da política. No entanto, ela se tornou conhecida pelos eleitores brasileiros depois de ter mandado uma carta a seu pai, alegando ‘falta de cacife’, e solicitando-lhe que fossem feitas compras no exterior – com lista e tudo. Agora, a filha do ex-deputado está de olho em uma vaga na Câmara dos Deputados, e já procura reunir ‘cacife’ para tanto.
Preso pelos crimes de corrupção, lavagem e evasão de divisas no âmbito da Lava Jato, Eduardo Cunha deixou um espólio eleitoral que já é requisitado por Danielle Dytz. A publicitária busca apoio em igrejas evangélicas, mesmo reduto eleitoral que garantiu a Cunha a maior parte dos 232,7 mil votos que obteve no pleito de 2014, quando foi o terceiro deputado federal mais bem votado do Rio.
A filha de Cunha já se filiou ao MDB. Sua filiação foi abonada pelo deputado federal Marco Antônio Cabral (MDB-RJ), filho do ex-governador fluminense Sérgio Cabral, também condenado pela Lava Jato, com mais de 100 anos de prisão acumulados em sua sentença.
* Com informações da Agência Brasil