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Uneal encerra o ano de 2017 com a marca da realização

Retrospectiva 2017 demonstra ação e agenda positiva da Universidade Estadual de Alagoas

por Mariana Moura – Agência Alagoas

(Bolsa Alimenta é um dos programas de política pública da Uneal muito significante para a comunidade estudantil, garantindo a permanência em sala de aula – Foto: Clau Soares)

Importantes ações foram realizadas pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) no sentido de promover uma educação pública de qualidade à comunidade acadêmica e, entendendo a importância de seu papel social, ultrapassando os muros da universidade, na tentativa de uma construção educacional que sirva a toda a população.

Entre as ações desenvolvidas no ano passado, mesmo considerando o período de recessão da economia brasileira, a Universidade se destacou pela qualidade de programas como o Proesp (Programa Especial para a Formação de Servidores Públicos), cuja grande parte do corpo discente foi composta por servidores públicos de 51 municípios que ainda não tinham curso superior. Em abril, 1.306 estudantes foram formados pelo programa, em sete cursos.

De acordo com a coordenadora geral do Proesp, Ana Lúcia Batista, o programa representa um grande impacto na educação.“O Proesp deixará a sua marca na história da Uneal e no estado de Alagoas.

Do mesmo modo, o ProCampo (Programa de Apoio à Formação Superior em Licenciatura em Educação do Campo) imprimiu uma emocionante história, concluindo uma jornada de seis anos de árdua dedicação. Realizado com recursos na ordem de R$ 240 mil por ano, provenientes do Governo Federal, e contrapartida de 2% do Governo de Alagoas, o programa formou 54 alunos em abril.

Uma das bandeiras da Uneal é a inclusão. Com a obrigatoriedade do curso de Libras para as licenciaturas, abriu-se uma nova visão para contribuir com a cultura, valorizando a segunda língua oficial brasileira. O professor Igor Rocha é surdo e possui carga horária de 40 horas semanais nos cursos de Matemática, Ciências Biológicas, Pedagogia e Letras. Muito animado com a experiência, o único professor surdo da Universidade afirmou que “é muito importante a sociedade ter mais conhecimento sobre nós”.

A valorização dos seus quadros é mais uma marca da gestão da Uneal. Em setembro, iniciou-se o Dinter (Doutorado Interinstitucional em Educação), em parceria com a UFRGS. Dezessete professores da Uneal foram aprovados no Doutorado que visa à qualificação dos docentes da instituição.

Para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Uneal, Cristiano Cezar Gomes, o início do Dinter marca o resultado de negociações iniciadas um ano antes. “É um momento simbólico e histórico na trajetória da Uneal. Assistimos à concretização de um árduo trabalho desenvolvido em parceria com a UFRGS, iniciado conjuntamente ainda em 2016. Presenciamos o prenúncio de novos rumos para a nossa Universidade com a formação de 17 novos doutores em Educação nos próximos anos”, declarou.

O montante de recursos captados para esta ação estratégica de pós-graduação dos professores da casa equivale a R$ 748.800,00, provenientes da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) e da Fapeal, cujo presidente, Fábio Guedes, afirmou que essa consolidação compreende um “compromisso institucional com os respectivos orientadores e a coordenação do doutorado”.

Neste sentido, o reitor Jairo Campos declara: “é a Uneal avançando em sua missão e se consolidando, cada vez mais, como uma grande universidade pública e gratuita em Alagoas. A Uneal fará um investimento alto e limitará outros financiamentos de outras frentes institucionais por priorizar essa frente de tamanha importância para o nosso desenvolvimento institucional. Desde 2010, quando assumimos o nosso primeiro reitorado, tivemos muito critério e muito apreço às finanças públicas, do pouco que recebemos do Tesouro estadual. O resultado está aí sendo visto por todos”.

A contribuição da Fapeal com a qualidade do tripé acadêmico da Uneal, fundamentado na Pesquisa-Ensino-Extensão é de valoroso empenho. A parceria desenvolvida entre as autarquias contribui com a valorização do pensamento crítico em Alagoas, através do investimento na capacidade da Uneal em captar entre seus alunos e professores a produção da pesquisa e fomentar ainda mais a qualidade como um modelo a ser perseguido. Neste sentido, no ano de 2017, as bolsas concedidas pela Fapeal foram ampliadas e, somente no Pibic (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica), foram outorgadas 80 bolsas.

Dos programas de auxílio à permanência na universidade, destacou-se no a ampliação do Bolsa Alimenta, coordenado pela Pró-Reitoria de Extensão (Proext), por meio do Núcleo de Assistência ao Estudante. Este ano, viabilizado em parceria com o Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), foram selecionados 300 bolsistas provenientes dos seis Campi da Uneal.

De acordo com o pró-reitor, professor Rubens Pessoa de Barros, o Bolsa Alimenta “é um dos programas de política pública da Uneal muito significante para a comunidade estudantil, sobretudo para os alunos do interior, pois direciona recursos financeiros para auxiliar a implementação da permanência do aluno em sala de aula”.

Marca o ano também, a consolidação da segunda turma de Mestrado na Uneal, que após dez anos de instituída como Universidade, tem no Prodic (Programa de Pós-Graduação em Dinâmicas Territoriais e Cultura), a ostentação do orgulho, resultado do esforço conjunto dos professores da Uneal.

De acordo com o reitor Jairo Campos, o Prodic “é um reflexo natural do fortalecimento da política de qualificação que a instituição vem implantando ao longo dos últimos anos”. No marco das comemorações do bicentenário de Alagoas, o Prodic realizou o seminário “200 anos de (re) invenções de Alagoas”, com atividades de cunho interdisciplinar, guiadas pelas discussões sobre território e cultura, as linhas de pesquisa do mestrado. Entre os palestrantes, foram destaques as contribuições de Cícero Péricles de Oliveira Carvalho e Douglas Apratto Tenório, cujas pesquisas sobre o Estado alagoano os tornaram referência entre os estudiosos da área.

Em 2017, a Uneal, apesar dos ventos, cresceu. Mais uma prova é a oferta de novo curso no campus IV, em Maceió, onde apenas era oferecido o curso de Bacharelado em Administração Pública e que, a partir deste ano, começa a ofertar também o curso de Direito, aprovado em 2016 pelo Conselho Universitário.

O crescimento da Uneal é também físico. As obras de construção do Campus V, em União dos Palmares, já estão sendo finalizadas. O Campus Zumbi dos Palmares, que funcionava desde 1998 em espaços cedidos por escolas do município, ou alugados, agora “é um sonho se tornando realidade”, disse o reitor Jairo Campos, que não esconde ansiedade ao informar que o novo prédio está previsto para ser entregue este mês.

Além de sede própria, no campus da Zona da Mata alagoana será ofertado um novo curso. A partir deste ano, as opções serão Letras, Geografia e Pedagogia. Com tamanha ansiedade também é esperada a entrega da Casa do Estudante de Santana do Ipanema, que se encontra em fase de acabamento.

Investimento intelectual é o que caracterizou a participação da EdUneal em mais uma edição da Bienal Internacional do Livro de Alagoas, demonstrando o seu papel de instituição de ensino superior comprometida com a educação de qualidade e promovendo o acesso à cultura e à literatura. Com lançamentos de publicações próprias, a Editora da Universidade Estadual de Alagoas foi motivo de grande realização e orgulho.

Para o diretor da EdUneal, o professor Renildo Ribeiro, a participação na Bienal foi bastante produtiva e relevante para a projeção da instituição. “A Uneal avançou muito na Editora. Muita gente não conhecia e o resultado foi surpreendente”.

A caminho de se tornar um grande centro de referência, a Uneal se destaca também pelo Polo Tecnológico Agroalimentar, que no ano passado ganhou reforços da Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia(Secti), com a renovação das bolsas para as coordenações acadêmica e administrativa e uma bolsa para fixação de uma nova doutora para implantação e funcionamento do Laboratório de Bioetanol, além de uma van e um motorista.

De acordo com o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Uneal, Cristiano Cezar Gomes, “o atendimento dessa pauta de encaminhamento para o Polo, junto à Secti, trouxe maior tranquilidade para a continuidade das ações desenvolvidas pela comunidade acadêmica naquele importante espaço de pesquisa”. Com importante colaboração, a Universidade pode credenciar ainda mais sua unidade.

O Polo Agroalimentar de Arapiraca é o novo parceiro do projeto “Saúde que Vem da Terra”, do Centro de Apoio às Escolas do Campo Adalberto Saturnino de Almeida, no povoado Batingas, com atuação desde 1996 e coordenado pela professora da rede municipal de ensino de Arapiraca, Edinalva Pinheiro, com a colaboração da técnica aposentada da Emater, Maria Morais Miranda.

No laboratório de físico-química, os membros fabricam, seguindo as boas práticas legais, os medicamentos que serão disponibilizados para a comunidade, inclusive para o SUS. Todo o trabalho é acompanhado pelos farmacêuticos Fernando Pimentel e Cristiane Barros. A iniciativa faz parte do “Pesquisa-Ação”, programa de extensão tecnológica do Polo Agroalimentar, que visa atrair iniciativas que contribuam para o desenvolvimento da ciência direcionada às comunidades.

Por seu pioneirismo, em novembro, pesquisadores estrangeiros implantaram uma horta medicinal no Polo Agroalimentar de Arapiraca, como parte do programa Herbs 4Yourth, cujo encontro mundial ocorrerá este mês, na cidade de Murcia, na Espanha, do qual participarão professores e alunos.

A valorização da cultura também é uma bandeira levantada pela Uneal. Em 2017, foi inaugurado na cidade de Pão de Açúcar, o Espaço de Memória Artesão Fernando Rodrigues dos Santos N.º SNIIC: ES-12243, um museu ligado ao Núcleo de Pesquisa em Literatura e Artes Visuais (Nuplav) e cadastrados no CNPQ, com o objetivo de valorizar os artistas populares de Alagoas.

O espaço abriga produções artísticas de escultores e bordadeiras da comunidade. No discurso de inauguração, o governador Renan Filho declarou que “nesses 200 anos de Alagoas, esse espaço servirá de ponte para um futuro ainda melhor e eternizará o nome do artesão Fernando Rodrigues. O artesanato, os trabalhos em madeira, o Boa Noite, a pintura, toda a produção da Ilha do Ferro é conhecida mundialmente”. O prédio foi doado pela Prefeitura de Pão de Açúcar, através da lei municipal n° 456, de 13 de outubro de 2015. O projeto conta com a colaboração do arquiteto Rafael Brandão, da museóloga Carmen Lúcia Dantas, do curador Paulo Gomes e o apoio da Galeria Karandash.