O local foi um importante reduto de negros africanos no século XVII
por Roberto Lopes
deputado Francisco Tenório ressalta que diversos historiadores confirmam a existência e a relevância do Mocambo de Osenga – Foto: ALE
Tramita na Assembleia Legislativa de Alagoas (ALE) um projeto de lei de autoria do deputado Francisco Tenório (PP) que propõe declarar o antigo Mocambo de Osenga como Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Alagoas. O local foi um importante reduto de negros africanos no século XVII, situado no atual município de Chã Preta, no interior alagoano.
De acordo com o texto da proposta, o Mocambo de Osenga ocupava uma área que hoje corresponde a parte de uma propriedade rural localizada entre os ribeiros Paraibinha e Jundiá. O projeto destaca que o aldeamento quilombola foi criado por volta de 1640, período em que a região de Chã Preta e Viçosa ainda integrava o território do município de Atalaia.
O projeto também institui o dia 20 de março como data oficial de celebração da memória dos povos negros do antigo Mocambo de Osenga em Chã Preta. A data faz referência ao registro feito no Diário de Viagem do capitão holandês Johan Blaer, que menciona a descoberta do mocambo em 20 de março de 1645, durante uma expedição em direção à Serra da Barriga.
Na justificativa, o deputado Francisco Tenório ressalta que diversos historiadores confirmam a existência e a relevância do Mocambo de Osenga, entre eles o etnólogo Edison Carneiro, o pesquisador Alfredo Loureiro de Barros Brandão, além de estudiosos como Pedro Teixeira de Vasconcelos, Cícero Vasconcelos, Mauro Teixeira e Olegário Venceslau de Oliveira, que apontam o local como o maior núcleo populacional da região de Chã Preta no século XVII.
O texto do projeto ainda prevê que o Governo de Alagoas adote medidas para garantir a manutenção e preservação do local. Para o deputado Francisco Tenório, a iniciativa reforça a importância histórica da comunidade quilombola: “Não é demais registrar que Chã Preta nasceu a partir do Mocambo de Osenga, em 1640, um símbolo da resistência e da formação do nosso povo”, afirmou.
Fonte: Informa Alagoas
