/Pesquisa acusa pastores de formarem “rede de desinformação” sobre a covid-19

Pesquisa acusa pastores de formarem “rede de desinformação” sobre a covid-19

Redação A Hora News

Legenda: O pastor Silas Malafaia é citado no documento por suas declarações sobre a pandemia | Foto: Reprodução Twitter @pastormalafaia

Um grupo ligado à Universidade de São Paulo (USP) formou um “dossiê” associando pastores evangélicos a “uma rede de desinformação” sobre a Covid-19, analisando pregações e as opiniões dos religiosos em suas redes sociais.

Três entidades assinam este dossiê, sendo elas: Centro de Estudos e Pesquisas de Direito Sanitário (Cepedisa) da USP, o Centro de Análise da Liberdade e do Autoritarismo (LAUT) e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD).

Juntos, esses centros analisaram pregações e opiniões dadas por líderes religiosos entre 1º de fevereiro e 17 de março, antes da pandemia ter suas primeiras vítimas fatais no Brasil.

Entre os pastores citados no documento está Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo (ADVEC), citado como propagador de “informações distorcidas” e criticado por falar sobre o “poder da fé” contra a doença.

Malafaia é acusado de “uso seletivo” da ciência ao, supostamente, ignorar trechos de uma nota da Sociedade Brasileira de Infectologia citada por ele para corroborar seu ponto de vista, segundo o qual apenas cidades com mais de mil casos confirmados da doença deveriam ser submetidas a isolamento social.

Uma mensagem do pastor Gilmar Fiuza, da União de Mocidades da Assembleia de Deus de Brasília, publicada em 18 de março também aparece no dossiê por conta da profecia que ele teve e foi entregue aos fiéis durante um culto.

Outro alvo do grupo foi o canal católico do Instituto Plínio Corrêa de Oliveira, que faz uma análise escatológica da crise e aponta que o vírus seria um grande laboratório social no qual a humanidade foi propositalmente submetida.