Redação A Hora News

 

Em entrevista ao portal Universa, da UOL, a futura ministra de Mulheres, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, detalhou os estupros que sofreu na infância, declarando que os homens que cometeram tais crimes eram pastores de confiança de sua família.

O primeiro estupro aconteceu quando ela tinha apenas 6 anos. Sua família, evangélica, permitiu que um missionário ficasse hospedado em sua casa, em Aracaju (SE), e foi em casa que os abusos aconteceram.

“Ele foi às vias de fato comigo. Eu falo abuso, mas foi estupro. Foram várias vezes em um período de dois anos. Começou quando eu tinha seis anos e a última vez que o vi estava com oito”, contou.

Damares Alves diz que uma das cenas que ela se lembra, o homem foi até o seu quarto, ao lado do quarto de seus pais, enquanto ela dormia, e a fez tocar em seu pênis.

“Estava sonhando que segurava uma coisa quente e, quando, abri os olhos, estava segurando o pênis desse homem. Senti pavor, medo e dor. Da primeira vez que me estuprou, ele me colocou no colo, olhou na minha cara e disse: ‘Você é culpada, você me seduziu, você é enxerida”, relata.

O homem ameaçava matar seus pais, caso ela contasse para alguém sobre os abusos. Ele foi embora da casa de sua família quando ela já tinha 8 anos.

O segundo abusador, também pastor, também frequentava sua casa e se aproveitou dela. “Ele não foi às vias de fato. Me recordo de quatro momentos. Passava a mão no meu corpo, me beijava na boca, me colocava no colo. Uma vez ejaculou no meu rosto”, detalhou a futura ministra.

Há mais de 30 anos Damares, que é advogada, trabalha gratuitamente em casos de violência contra mulheres, sobretudo de crianças que, assim como ela, foram vítimas de estupro.

As violências sexuais que sofreu a deixaram estéril. Além disto, trouxeram grande depressão. “Me tornei uma menina triste. Antes dos abusos eu sentava no primeiro banco da igreja, cantava feliz, dançava. Depois, não cantava do mesmo jeito, não dançava. Virei uma criança retraída”, revelou.