/Silvio Camelo critica proibição de substâncias em unhas de gel pela Anvisa

Silvio Camelo critica proibição de substâncias em unhas de gel pela Anvisa

Deputado afirma que medida pode sacrificar centenas de empregos em Alagoas e milhares no Brasil, enquanto cigarro segue liberado

por redação com assessoria 

O deputado estadual Silvio Camelo questionou a recente decisão da Anvisa que proíbe o uso das substâncias TPO (óxido de difenil [2,4,6-trimetilbenzoil] fosfina) e DMPT (N,N-dimetil-p-toluidina) em produtos de unhas em gel, alegando que a medida “pode pôr em risco centenas de postos de trabalho de manicures e profissionais de beleza em nosso estado e milhares no Brasil”. A agência reguladora argumenta que a proibição visa proteger a saúde das profissionais e consumidoras, pois TPO é considerado tóxico para reprodução e DMPT pode causar câncer.

Camelo enfatizou que, embora reconheça a necessidade de segurança sanitária, a aplicação imediata da proibição — sem um plano de adaptação para o setor — é “injusta” para aquelas que dependem da atividade para seu sustento. Além disso, ele apontou uma aparente incoerência regulatória ao lembrar que a Anvisa não age com o mesmo rigor em relação ao cigarro, cujo uso continuado representa risco reconhecido à saúde pública.

Para o parlamentar, a questão ultrapassa a saúde individual e atinge o âmbito social e econômico: “Quando se restringe uma ferramenta de trabalho de forma tão abrupta, precisamos garantir que a transição seja justa, para que os empregos não desapareçam”. Camelo defendeu que, se a proibição for inevitável, deve vir acompanhada de políticas de apoio, capacitação e incentivos para o setor migrar para fórmulas alternativas e sem risco.

A Anvisa publicou no seu site oficial que a fabricação, importação e concessão de novos registros ou notificações para produtos com TPO ou DMPT estão proibidas imediatamente; o comércio terá 90 dias para suspender vendas ou uso dos itens já em circulação, sob pena de cancelamento dos registros após esse prazo. Camelo lembrou que o impacto direto será maior nos pequenos salões e profissionais autônomas, que enfrentam margens apertadas e dependem da estabilidade do seu ofício.

O deputado concluiu afirmando que o tema exige reflexão ampla: “Segurança sanitária, sim, mas jamais à custa de empregos e renda de quem trabalha honestamente. Reguladores precisam agir com equilíbrio, considerando riscos à saúde e impactos sociais”.