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PF cumpre mandato contra empresários apoiadores de Bolsonaro acusados de defender um golpe pelo WhatsApp

Redação A Hora News

Legenda: Empresários trocavam conversas em um grupo fechado do WhatsApp | Foto: Pexels

Na manhã desta terça-feira (23) a Polícia Federal (PF) cumpriu ordens do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra empresários apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

Foram expedidos mandatos para os estados do Ceará, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Além disso, Moraes determinou o bloqueio das contas bancárias dos empresários e nas redes sociais, tomada de depoimentos e quebra de sigilo bancário.

Os empresários que foram alvo dessa ação foram identificados: Luciano Hang, dono da Havan; José Koury, do Barra World Shopping; Afrânio Barreira, do Coco Bambu; Ivan Wrobel, sócio da W3 Engenharia; José Isaac Peres, controlador da administradora de shoppings Multiplan; Luiz André Tissot, da Sierra Móveis; Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii; e Meyer Joseph Nigri, fundador da Tecnisa.

O que eles fizeram?

Segundo a reportagem do Metrópoles, os envolvidos usavam um grupo do WhatsApp para criticar ministros do STF e defenderam “um golpe de estado” caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhasse as eleições deste ano.

Luciano Hang faz parte do grupo, mas não aparece nas trocas de mensagens. Mesmo assim, ele foi alvo da operação.

Em sua defesa, ele declarou: “Fui tratado novamente como um bandido! Estava trabalhando, às 6h da manhã, na minha empresa, quando a Polícia Federal chegou, claramente constrangidos. Uma matéria fora de contexto e irresponsável me colocou nessa situação. Por causa dela, uma narrativa e uma mentira foram criadas. Eu nunca falei sobre golpe, minha fala em determinado grupo de whatsapp foi a seguinte: ‘Mais 4 anos de Bolsonaro, mais 8 de Tarcísio e aí não terá mais espaço para esses vagabundos’, me referindo aos maus políticos deste país. Sempre defendi a democracia, a liberdade de expressão e opinião”.

A mensagem de José Koury não parece uma ameaça de golpe, mas um desabafo entre amigos. Ele diz: “Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”.

Em sua defesa, o empresário declarou: “Vivemos numa democracia e posso manifestar minha opinião com toda liberdade. Não disse que defendo um golpe de Estado, e sim que talvez preferiria isso a uma volta do PT. Para mim, a volta do PT será um retrocesso enorme para a economia do país”.

O dono da rede de restaurantes Coco Bambu também nega que tenha apoiado golpe de estado. “Nunca defendi, verbalizei, pensei ou escrevi a favor de qualquer movimento anti-democrático ou de ‘golpe’. Assim, sou a favor da liberdade, democracia e de um processo eleitoral justo”.