por Comunicação/ALE
O depoimento do ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, no Senado, ocorrido no dia de ontem, foi tema de debate entre os deputados Cabo Bebeto (PTC) e Ronaldo Medeiros (MDB) nesta quarta-feira, 5, no plenário da Casa.
Cabo Bebeto destacou a declaração dada pelo ex-ministro, afirmando que ao Governo Federal não cabia indicar ou questionar como os estados e municípios iriam gastar os recursos da Saúde, mesmo sendo dinheiro federal. “Na CPI, também mostraram uma confraternização promovida por Mandetta, ao se despedir do ministério. Segue aquele ditado: faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço. Na opinião do deputado, o procedimento em Alagoas não tem sido muito diferente. “O governador veio nesta Casa, no início do ano, anunciando um equilíbrio fiscal. No ano passado, antecipou o 13º salário e, este ano, prometeu enviar um projeto de lei para suspender os descontos irregulares dos pensionistas. Ele ainda usou recursos para comprar respiradores que nunca chegaram. Ontem, para minha surpresa, recebemos um projeto do Executivo pedindo empréstimo. Queremos que a CPI investigue também os governos estaduais e municipais”, afirmou.
Por outro lado, o deputado Ronaldo Medeiros afirmou ter observado de outra forma o depoimento dado pelo ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. “O que ele falou é muito grave! Disse que o Palácio do Planalto quis modificar a bula do remédio Cloroquina, para que constasse a informação de que o medicamento cura a Covid-19. Disse também que poderiam ter sido evitadas muitas mortes se o Governo Federal tivesse ouvido a ciência”, destacou. Medeiros disse ainda que o general Eduardo Pazuello, também ex-ministro da Saúde, estava andando sem máscara num shopping de Manaus, mas fugiu do depoimento da CPI. “Isso é muito ruim para o Governo Federal, que agora retirou do orçamento mais de R$ 200 milhões para as vacinas que estão sendo fabricadas em São Paulo. Um Governo que persegue a aquisição da vacina Sputnik V, que está sendo usada em mais de 60 países e aqui não entra por interesses políticos”, lamentou.