Redação A Hora News
Legenda: Muitos pacientes infectados com covid-19 podem apresentar complicações nos rins | Foto: Freepik
Além das complicações no sistema respiratório, os rins também podem ser afetados pela Covid-19. Em casos mais graves da doença, pacientes podem apresentar complicações severas, principalmente diabéticos e com hipertensão, necessitando de hemodiálise ou diálise para recuperar a função dos rins, órgãos responsáveis por filtrar e eliminar as toxinas presentes no sangue.
De acordo com o nefrologista do Hospital Universitário Cajuru, Alexandre Bignelli, o impacto do coronavírus nos rins levou a um aumento nos procedimentos de diálise e hemodiálise durante a pandemia. “A Covid-19 pode afetar direta ou indiretamente os rins causando insuficiência renal. Nos pacientes que já têm algum grau de deficiência renal pode complicar, levando a falência definitiva e aumento da mortalidade, principalmente nos pacientes que já estão em diálise”, afirma Alexandre.
Uma ampla pesquisa conduzida pelo Centro de Estudo, Pesquisa e Inovação (CEPI) dos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em parceria com a PUCPR, já havia indicado que a Covid-19 é uma doença vascular. E que os mecanismos da lesão do vírus nos vasos do pulmão também podiam ser encontrados nos vasos do coração e dos rins. As complicações podem ser ainda mais severas em pacientes que apresentam quadro de diabetes e hipertensão.
Esse é o caso do economista José Augusto Rakssa, de 67 anos, que ainda tem a obesidade como terceira comorbidade. José ficou internado na UTI do Hospital Marcelino Champagnat por complicações da Covid-19. A filha do economista, Francine Costa Rakssa, conta que o pai não tinha problemas no rim até ser infectado pelo vírus. “Mesmo com diabetes e hipertensão, ele não tinha nenhum quadro renal antes de ser infectado pela Covid-19. Mas depois de ter contraído o novo coronavírus, ele precisou fazer diálise e até teve uma parada cardíaca por causa das complicações. Mas, graças ao trabalho de todos os médicos, ele se recuperou bem”, conta.
O coordenador do serviço de Nefrologia do Hospital Marcelino Champagnat, Rafael Weissheimer, explica que ainda não existe um medicamento específico para lesão renal. “Ainda não sabemos exatamente se os achados principais da chamada ‘necrose tubular aguda’ são resultantes das complicações causadas pelo novo coronavírus ou das doenças preexistentes que o paciente já tinha. É do nosso conhecimento que manter as doenças crônicas controladas é fundamental para evitar a piora no quadro da Covid-19”, avalia.