Redação A Hora News
A demissão do ministro Sergio Moro, da Pasta da Justiça e Segurança Pública, pegou a muitos de surpresa, principalmente diante dos motivos apresentados.
Moro reclamou da falta de autonomia para nomear sua equipe, se referindo à demissão do diretor-geral da Polícia Federal (PF), Maurício Leite Valeixo, que foi publicada no Diário Oficial nesta sexta-feira (24).
“O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse colher informações, relatórios de inteligência, seja diretor, superintendente, e realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação. As investigações têm de ser preservadas”, afirmou.
A declaração de Moro aconteceu pela manhã. Durante a tarde, Bolsonaro fez um pronunciamento para esclarecer as acusações contra ele, cobrou a Polícia Federal de investigar a tentativa de assassinato que sofreu e acusou Moro de querer “soberania”.
“Sempre acertei com todos os ministros que eles teriam autonomia nos seus Ministérios, mas autonomia não é soberania”, afirmou.
Bolsonaro reafirmou que, enquanto presidente, cabe a ele escolher os nomes e fazer as trocas que achar necessárias. “Os nomes passaram por mim e eu aprovei 90% deles. Todos os cargos chave da Justiça são de Curitiba e isso me surpreendeu, mas dei um voto de confiança”, criticou.
O presidente também afirmou que Moro chegou a aceitar a saída de Valeixo em troca de uma vaga no Supremo Tribunal Federal.
No Twitter Moro fez a tréplica: “A permanência do Diretor Geral da PF, Maurício Valeixo, nunca foi utilizada como moeda de troca para minha nomeação para o STF. Aliás, se fosse esse o meu objetivo, teria concordado ontem com a substituição do Diretor Geral da PF.”