Redação A Hora News

O procurador regional Guilherme Schelb analisou as mensagens entre o procurador Deltan Dallagnol e o então juiz Sérgio Moro e entendeu que não há irregularidades que venham a comprometer a Operação Lava Jato.

As mensagens, obtidas por um hacker de forma fraudulenta e sem autorização, mostram conversas antigas entre agentes do Ministério Público e o juiz dos processos que investigou o maior crime de corrupção da história mundial.

Muitas pessoas não sabem e por isso o procurador Schelb explica que “externar uma dúvida ou questionamento é natural até mesmo APÓS a formulação da denúncia em Juízo. Há até um princípio geral de Direito Penal que o justifica exatamente nesta fase de propositura da ação penal: ‘in dubio, pro societatis'”.

Ele também não vê irregularidades nas trocas de mensagens porque é comum que juízes e promotores trabalhem próximos e compartilhem esses momentos em suas conversas pessoais e profissionais que acabam se misturam.

“Juizes e Promotores trabalham próximos, compartilham diversos momentos juntos, conversas pessoais e profissionais. Não apenas isto, podem ter laços de cordialidade e admiração mútua. Isto pode ocorrer, inclusive, entre Advogados e juízes também”, escreveu o procurador em seu Facebook.

“O que não se admite é a intromissão ou conluio de funções, por exemplo, o Juiz aconselhando, exigindo ou pressionando ato ou atitude concreta do Promotor ou do advogado”, completa.

“O que se pode concluir é que os diálogos e mensagens reforçam a legalidade, moralidade e eficácia dos atos e atitudes dos agentes públicos que participaram das atividades da operação Lava Jato. Não se observa nenhuma mensagem entre Dallagnol e Moro que revele intromissão funcional indevida”, conclui.