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Segurança Pública detalha prisão de envolvidos na morte de Neguinho Boiadeiro

Equipes cumpriram dez mandados de busca e quatro de prisão e três pessoas foram presas

por Vanessa Siqueira – Agência Alagoas

(SSP deu detalhes das investigações da morte de vereador durante coletiva de imprensa – Fotos: Else Freire/Ascom Polícia Civil)

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) realizou, nesta sexta-feira (23), uma coletiva de imprensa para dar detalhes do trabalho realizado pela Polícia Civil de Alagoas, com apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), que resultou na prisão de três pessoas envolvidas na morte do vereador Adelmo Rodrigues de Melo, o Neguinho Boiadeiro (PSD), ocorrida no município de Batalha.

A operação realizada hoje (23) cumpriu dez mandados de busca e apreensão e quatro de prisão em Batalha, Maceió e Major Izidoro. Foram presos Sandro Pinto, Rafael Pinto e Maikel Santos. Um quarto envolvido está foragido.

Participaram da operação a Gerência de Polícia Judiciária de Área 4, o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil, as Delegacias Regionais de Penedo, Arapiraca, Palmeira dos Índios, Batalha e Santana do Ipanema, a Delegacia de Homicídios, o Tático Integrado de Resgates Especiais (Tigre), Operação Asfixia, Operação Policial Integrada e o Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar (Bope).

O presidente da comissão de delegados nomeada para investigar o caso, delegado Cícero Lima, deu detalhes do trabalho realizado desde que o crime ocorreu.

Os investigadores realizaram diligências no local do crime, coletas de possíveis materiais utilizados na ação, busca por imagens locais, análises de rotas dos criminosos, identificação das pessoas e interrogatórios de diversas pessoas que pudessem ter informações que ajudassem a elucidar o crime.

“Identificamos que, quatro dias antes do crime, dois homens realizaram panfletagem de uma empresa inexistente de serviços gerais, nas imediações da Câmara de Vereadores. O carro utilizado, um Cobalt, saiu de Major Izidoro no dia do crime. Esse veículo teria sido roubado dois meses antes, em Maceió, e não foi utilizado para cometer outros delitos. Depois ele foi localizado incendiado em Major Izidoro, o que evidencia que a cidade serviu de base de apoio”, disse o delegado Cícero Lima.

Na ação desta sexta-feira (23) foram apreendidos computadores, celulares, documentos e outros objetos que serão periciados e que irão auxiliar no andamento das investigações. O material e os presos foram encaminhados para a Delegacia Geral da Polícia Civil, no bairro de Jacarecica, e os presos foram encaminhados para o sistema prisional alagoano.

O secretário de Estado da Segurança Pública, Lima Júnior, parabenizou as equipes envolvidas na operação, afirmando ser importante o trabalho realizado, que contribuiu para a elucidação do caso.

“Trabalhamos com provas técnicas e tudo o que vem sendo feito visa elucidar o caso e chegar aos autores materiais e intelectuais do crime, para que não restem dúvidas sobre a apuração das equipes policiais”, disse.

O delegado-geral da Polícia Civil, Paulo Cerqueira, enfatizou o trabalho realizado pelas agências de Inteligência, que tiveram papel fundamental no processo de investigação do caso. Ele também destacou que a Segurança Pública vinha acompanhando a situação, desde que o crime ocorreu.

“O crime apresenta dificuldades, pelo modus operandi, e foi necessário um trabalho de Inteligência pelo fato de as pessoas que presenciaram o crime não falarem o que viram. Foi fundamental o serviço de Inteligência, um trabalho belíssimo. A SSP tem esse e outros casos que estão sendo investigados, e o silêncio faz parte do processo, lembro-me de outros casos de repercussão que tiveram uma demora na conclusão, mas que no fim apresentamos a elucidação”, afirmou o delegado.

Também presente à coletiva, o promotor de Justiça designado pelo Ministério Público do Estado (MPE) para acompanhar o caso, Luiz Vasconcelos, detalhou que, pela complexidade do caso, as investigações precisam passar por algumas etapas e, com muita eficiência, a Polícia Civil conseguiu construir um retrato do crime, identificando os autores materiais do assassinato.

“Se a polícia chegou até essas pessoas presas é porque elas têm conexão direta com o crime. Agora é fase de se aprofundar nas investigações. Não fecho questão por aqui e abro o direito ao contraditório para os presos. Tudo será feito com cautela, parcimônia e zelo”, completou.

A coletiva contou ainda com a presença do secretário adjunto de Políticas da Segurança Pública, Manoel Acácio Júnior; dos delegados que compõem a comissão que investiga a morte de Neguinho Boiadeiro, Rosivaldo Vilar e Gustavo Xavier; e o delegado Fabrício Lima, do Núcleo de Inteligência da Polícia Civil.