Redação A Hora News
Foto: Centro Comercial | Pixabay
Um estudo divulgado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) nesta quarta-feira (13) mostra que as perdas diretas impostas ao comércio pela crise provocada pelo novo coronavírus chegaram a R$ 124,7 bilhões após sete semanas do surto da doença (de 15 de março a 2 de maio).
O texto da CNC diz que o valor representa um encolhimento de 56% no faturamento do varejo, em relação ao período anterior ao início da pandemia.
Responsável pela contratação de milhões de pessoas, o comércio tem enfrentado esta crise e tem potencial para eliminar cerca de 2,4 milhões de postos formais de trabalho no setor, em um intervalo de até três meses.
“A concretização desse cenário, no entanto, dependerá de como as empresas do setor vão reagir às medidas anunciadas pelo governo e, em última instância, à própria evolução da pandemia nas próximas semanas”, avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
A CNC elaborou um guia com orientações sobre o momento da retomada das atividades econômicas no Brasil após a quarentena, com o objetivo de ajudar os empresários na reabertura dos negócios. O material pode ser baixado no site.
As perdas do setor, que chegaram a R$ 23,03 bilhões na segunda semana após o início da pandemia, têm diminuído gradativamente desde então. Na última semana pesquisada, recuaram a R$ 18,04 bilhões.
O economista da CNC responsável pelo trabalho, Fabio Bentes, explica que a intensificação de estratégias alternativas, como e-commerce, m-commerce, vendas por aplicativos de redes sociais, serviços de delivery e drive-thru, contribuiu para que as perdas se dessem de forma menos intensa. “Contudo, não foram suficientes para impedir o acúmulo de novos resultados negativos ao longo de todo o mês de abril”, pondera o economista.
Outro fator que pode ter contribuído para os resultados foi a menor adesão ao isolamento social. De acordo com a consultoria Inloco, a movimentação de consumidores, medida pelo rastreamento de celulares, que chegou a se aproximar de 70% no fim de março, encontra-se atualmente abaixo dos 44%.
Nas sete semanas encerradas no início de maio, as perdas mais expressivas se concentraram nos segmentos varejistas especializados na venda de itens não essenciais (R$ 111,61 bilhões). Já as vendas de alimentos e medicamentos, segmentos que respondem por 37% do varejo brasileiro, acumularam perdas de R$ 13,12 bilhões no período.