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Ministro Barroso diz que religiões não podem criminalizar o aborto

Redação A Hora News

 

Para o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), não cabe às religiões interferirem no assunto da liberação do aborto. O magistrado esteve Brazil Conference At Harvard & MIT 2019 que aconteceu nos Estados Unidos e participou do debate com o tema “Tolerância: relações entre Estado e religião no Brasil”.

O ministro defendeu a legalização do aborto dizendo que “se os homens engravidassem, o problema do aborto já estaria resolvido há muito tempo”, mas como “só a mulher engravida, para ela ser verdadeiramente igual ao homem, ela tem que ter o direito de querer ou não querer engravidar”.

Ele entende que as religiões têm o direito de orientar seus seguidores a não praticar a interrupção da gravidez, mas não de criminalizar quem faz. “Mas criminalizar, eu considero que é uma forma autoritária e intolerante de lidar com o problema, que é a não aceitação do outro e da sua posição”.

O STF analisa a ADPF 442 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), projeto que visa autorizar a realização do aborto sempre que a mulher desejar, ampliando assim o direito que hoje só é permitido nos casos de estupro, anencefalia do feto e quando a gestação gera risco de morte à mãe.